sábado, 21 de abril de 2012

Reforma Ortográfica







A Nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa ainda está deixando muita gente com dúvida.
Algumas mudanças são significativas, outras, nem tanto.
A melhor maneira de aprender a nova ortografia é praticando e se informando.


Por isso, escolhi alguns textos para você, obter explicações e também se divertir aprendendo.
"JAMAIS TREMA EM CIMA DA LINGUIÇA!!!"

Reforma Ortográfica

Não costumo fazer poesia, tampouco de caráter concretista, mas vezenquando dou uma rabiscada nalguma. A que posto a seguir é sobre uma das mudanças que mais me irritaram na reforma ortográfica: a retirada do acento diferencial, que era utilizado para distinguir palavras homófonas:Poema Concreto - Reforma Ortográfica
E assim como não costumo escrever poesia, também não costumo gostar do resultado da maioria delas. Essa, porém, é uma das poucas exceções que tenho por aqui.






Revolta das Palavras Com a Nova Reforma Ortográfica

'Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática !

Mas esta reforma sem volta ...
Gerou confusão e revolta ...
No mundo das letras encantadas ...
Que ficaram muito assustadas !

Para resolverem um problema ...
Mataram o inofensivo trema !
Só porque ele virava um bicho chocante ...
Para muitos preguiçosos estudantes !

Assim com a força de um poema ...
Surgiu o movimento dos sem trema :
Lingüiça , cinqüenta , freqüência ,
Argüição ,  pingüim e eloqüência !

Nos ônibus dos ditongos ,
Que não são nada mongos ,
Tiraram todos os assentos ...
Sem penas e sem sentimentos !

Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com brigas cruéis e muito duras !

Os hiatos “oo” e “ee “ perderam os chapéus ,
Que foram para o Reino do Beleléu !
Para serem vendidos em algum brechó ...
Toda esta situação é de dar dó  !

Hífens foram retirados de palavras puras ...
Com discussões cruéis e muito duras !

Chegou a reforma da ortografia ...
Para facilitar a Gramática ...
Tirando toda a agonia ...
De uma forma lunática .'
                                                Luciana do Rocio Mallon

REFORMA ORTOGRÁFICA – DICAS FÁCEIS:

ALFABETO

- Nova regra
O alfabeto é agora formado por 26 letras.

- Como era
O K, o W e o Y não eram consideradas letras do nosso alfabeto.

- Como fica
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras    e seus derivados: kg, watt, megabyte, taylorista.

TREMA

- Nova Regra
Não existe mais o trema, a não ser em casos de nomes próprios e seus derivados:
Bündchen, Müller, mülleriano.

- Como era
agüentar, argüição, bilíngüe, cinqüenta, conseqüência, delinqüir, eloqüência, freqüência, freqüente, lingüiça , lingüista, pingüim, qüinqüênio, tranqüilo

- Como fica
aguentar, arguição, bilíngue, cinquenta, consequência, delinquir, eloquência, frequência, frequente, linguiça, linguista, pinguim, quinquênio, tranquilo

Obs.:
Como a reforma só modifica a comunicação escrita (e não a falada), cabe a cada um de nós saber quando não pronunciar o “u” (exemplos: foguete, guitarra, queijo) e quando pronunciá-lo (veja exemplos acima), pois não cabe mais o uso do trema para diferenciá-los.

ACENTUAÇÃO

- Nova Regra
Os ditongos abertos “ei” e “oi” não são mais acentuados em palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

- Como era
assembléia, bóia, colméia, geléia, idéia, platéia, boléia, panacéia, hebréia, paranóia, jibóia, heróico, paranóico.

- Como fica
assembleia, boia, colmeia, geleia, ideia, plateia, boleia, panaceia, hebreia, paranoia, jiboia, heroico, paranoico.

Obs.:
Nas palavras oxítonas e monossilábicas o acento continua para os ditongos abertos “ei” e “oi”. (assim como “eu”): anéis, papéis, constrói, herói, dói, rói, céu, chapéu.

- Nova Regra
Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no “i” e no “u” tônicos quando
vierem depois de um ditongo.
- Como era
baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra.

- Como fica
baiuca, bocaiuva, cauila, feiura.

Obs:
Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (seguidos ou não de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

- Nova Regra
Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas (as que possuem a mesma escrita e pronúncia).

- Como era
pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (fruta), pólo (substantivo), côa (verbo coar)

- Como fica
para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (fruta), polo (substantivo), coa (verbo coar).

Obs.1:
O acento diferencial ainda permanece no verbo “pôr” (para diferenciar da preposição “por”) e na forma verbal “pôde” (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder) para diferenciar de “pode” (Presente do Indicativo do mesmo verbo).

Obs.2:
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados. ele tem / eles têm; ela vem / elas vêm; você retém / vocês retêm.

Obs.3:
É facultativo o uso do acento circunflexo na forma verbal “dêmos” (presente do subjuntivo) para diferenciar de “demos” (pretérito perfeito do indicativo), assim como é facultativo para diferenciar as palavras forma/fôrma: Em muitos casos convém usar: Qual é a forma da fôrma do bolo?

- Nova Regra
Não se acentua mais a letra “u” nas formas verbais gue, que, gui, qui.

-Como era
argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, obliqúe.

- Como fica
argui, apazigue,averigue, enxague, oblique.

- Nova Regra
Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados.

-Como era
abençôo, enjôo, perdôo, vôo, corôo, côo, môo, povôo, lêem, dêem, crêem, vêem, descrêem, relêem, revêem.

- Como fica
abençoo, enjoo, perdoo, voo, coroo, coo, moo, povoo, leem, deem, creem, veem, descreem, releem, reveem.

- Nova Regra
É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa do plural (nós), para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo.

-Como era
Nós amamos, louvamos, falamos, dizemos, guerreamos (pretérito perfeito do indicativo).

- Como fica
Nós amamos/amámos, louvamos/louvámos, falamos/falámos, dizemos/dizémos, guerreamos/guerreámos (pretérito perfeito do indicativo)

Atenção:
Continue não acentuando demos (pretérito perfeito do verbo dar).

- Nova Regra
Levam acento agudo ou circunflexo as palavras proparoxítonas cujas vogais tônicas estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”.

-Como era
acadêmico, anatômico, cênico, cômodo, econômico, fenômeno, gênero, topônimo, tônico.

- Como fica
académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, económico/econômico, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo, tónico/tônico.

- Nova Regra
Da mesma forma, recebem o acento agudo ou circunflexo as palavras paroxítonas terminadas em ditongo quando as vogais tônicas são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”.

-Como era
Amazônia, Antônio, blasfêmia, fêmea, gêmeo, gênio, tênue, patrimônio, matrimônio.

- Como fica
Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea,gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue, património/patrimônio, matrimónio/matrimônio.

Obs.:
Para os dois últimos casos, o que ocorrerá, na prática, é o uso do acento circunflexo pelos brasileiros, e do agudo pelos lusitanos, como ocorria antes do Acordo.

HIFENIZAÇÃO

- Nova Regra
HIFEN – RR e SS:
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas.

- Como era
ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal.

- Como fica
antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal

Obs:
Nos prefixos sub, hiper, inter e super, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada por “h” ou “r”: sub-hepático, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, hiper-história, super-homem, inter-hospitalar.

- Nova Regra
HIFEN – MESMA VOGAL: Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um
prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.

-Como era
microondas, microônibus, antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista,
arquiinimigo, microorgânico.

- Como fica
micro-ondas, micro-ônibus, anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, antiimperialista, arqui-inimigo, microorgânico.

Obs:
A exceção é o prefixo “co”, que permanece sem hífen: cooperação, coobrigar, coordenar.


- Nova Regra
HIFEN – VOGAL DIFERENTE: Não se utiliza mais o hífen em palavras formadas por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por outra vogal.

- Como era
auto-afirmação, auto-ajuda, autoaprendizagem, auto-escola, autoestrada, auto-instrução, contraexemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intraocular, intra-uterino, neoexpressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semiautomático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular,
ultra-elevado.

- Como fica
autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,
contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Obs:
Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extrahumano, semi-herbáceo etc.

- Nova Regra
Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição.

- Como era
manda-chuva, pára-quedas, páraquedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque.

- Como fica
mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, pára-choque.

Obs:
O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática e semântica, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: beija-flor, couve-flor, erva-doce, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

OBSERVAÇÕE S GERAI S SOBRE O HÍFEN

- O uso do hífen permanece
Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró”, “pós” (quando acentuadas graficamente), “ex” (no sentido de “já foi”), “vice”, “soto”, “sota”, “além”, “aquém”, “recém” e “sem”.

- Exemplos
pré-natal, pró-europeu, pós-graduação, ex-presidente, vice-prefeito, soto-mestre, além-mar, aquém-oceano, recém-nascido, sem-teto.

- O uso do hífen permanece
Em palavras formadas por “circum” e “pan” + palavras iniciadas em VOGAL, H, M ou N.

- Exemplos
pan-americano, circum-navegação, circum-murado, circum-hospitalar.

- O uso do hífen permanece
Com os sufixos de origem tupi-guarani “açu", “guaçu” e “mirim”, que representam formas adjetivas.

- Exemplos
amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

ATENÇÃO: Ainda há casos controversos não citados no Acordo que dependerão de orientação da Academia Brasileira de Letras (ABL): Sub-bibliotecário ou subibliotecário? Coabitar ou co-habitar?...

O QUE REPRE S ENTAM AS MUDANÇAS NA LÍNGUA PORTUGUE SA

1) SIMPLIFICAÇÃO E UNIFICAÇÃO:
As novas regras representam uniformidade de uso na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste (total de oito países).

2) VANTAGEM ECONÔMICA (ou ECONÓMICA):
Um livro escrito em um desses países lusófonos pode ser comercializado em outro sem necessidade de revisão e reimpressão. Também facilita a redação de documentos oficiais entre esses países.

3) VANTAGEM POLÍTICA:
Com a implantação do Acordo, espera-se que a língua portuguesa seja reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma língua de padrão internacional, pois entre as línguas mais faladas no mundo, a portuguesa é a única que não é unificada. A Língua Portuguesa é considerada a quinta língua mais utilizada no planeta (240 milhões de pessoas, das quais 190 milhões são brasileiras).

4) LINGUAGEM FALADA x LINGUAGEM ESCRITA:
O Acordo é meramente ortográfico e, portanto, não afeta a língua falada.

5) PALAVRAS ALCANÇADAS PELA REFORMA:
Estima-se que a reforma afete entre 0,5 a 2% das palavras da língua portuguesa. A mudança em Portugal será maior, pois no Brasil as últimas reformas ocorreram em 1943 e 1971, enquanto em Portugal a última aconteceu em 1945 e, com isso, muitas diferenças continuaram.

6) PONTOS CONTROVERTIDOS:
Ainda há alguns pontos controvertidos, principalmente em relação ao emprego do hífen, que o Acordo não esclarece.

7) FASE DE TRANSIÇÃO:
Até dezembro de 2012, os concursos públicos, as provas escolares e vestibulares deverão considerar como corretas as duas formas ortográficas da língua: a antiga e a nova.

8) LIVROS DIDÁTICOS:
O acordo entrou em vigor em janeiro de 2009, mas será introduzido obrigatoriamente nos livros escolares a partir de 2010.

9) DISPOSITIVO LEGAL:
No Brasil, o Acordo foi promulgado pelo Decreto 6583, de 29/09/2008, mas foi inicialmente redigido no ano de 1990, em Lisboa. Somente agora, entretanto, o Acordo é finalmente implementado..

FONTE:
Prof. Nelson Guerra, disponível em www.folhadirigida.com.br.



Publicado no site: O Melhor da Web em 27/01/2009 











Vejamos:
- Em meios de comunicação tais como livros, revistas e outros periódicos, percebe-se que há uma elevada demanda por substituições em função da defasagem ortográfica, ou seja, os custos se elevam apenas para o enquadramento no conceito de “padronização do idioma português junto aos organismos internacionais”;
- Muitas pessoas estão aprendendo as novas palavras na escola e depois acabam evitando se debruçar sobre livros não atualizados das bibliotecas, ou seja, um prejuízo didático para quem quer se aproximar da norma culta da gramática. É difícil imaginar que desse modo os povos que falam a língua portuguesa vão estreitar seus laços;
- Se eu e a maioria dos cidadãos comuns já errávamos inúmeras grafias de palavras (com a criatividade tupiniquim é claro), a partir de 2012, quando a nova ortografia passará a ser obrigatória nós vamos proporcionar um espetáculo da feiúra escrita. Ops... feiura escrita.




Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J
K L M N O P Q R S
T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
  • na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
  • na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como eraComo fica
agüentaraguentar
argüirarguir
bilíngüebilíngue
cinqüentacinquenta
delinqüentedelinquente
eloqüenteeloquente
ensangüentadoensanguentado
eqüestreequestre
freqüentefrequente
lingüetalingueta
lingüiçalinguiça
qüinqüênioquinquênio
sagüisagui
seqüênciasequência
seqüestrosequestro
tranqüilotranquilo
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como eraComo fica
alcalóidealcaloide
alcatéiaalcateia
andróideandroide
apóia(verbo apoiar)apoia
apóio(verbo apoiar)apoio
asteróideasteroide
bóiaboia
celulóideceluloide
clarabóiaclaraboia
colméiacolmeia
CoréiaCoreia
debilóidedebiloide
epopéiaepopeia
estóicoestoico
estréiaestreia
estréio (verbo estrear)estreio
geléiageleia
heróicoheroico
idéiaideia
jibóiajiboia
jóiajoia
odisséiaodisseia
paranóiaparanoia
paranóicoparanoico
platéiaplateia
tramóiatramoia
Atenção:
essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis eói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Como eraComo fica
baiúcabaiuca
bocaiúvabocaiuva*
cauílacauila**
*  bacaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
Atenção:
  • se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos des), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;
  • se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como eraComo fica
abençôoabençoo
crêem (verbo crer)creem
dêem (verbo dar)deem
dôo (verbo doar)doo
enjôoenjoo
lêem (verbo ler)leem
magôo (verbo magoar)magoo
perdôo (verbo perdoar)perdoo
povôo (verbo povoar)povoo
vêem (verbo ver)veem
vôosvoos
zôozoo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como eraComo fica
Ele pára o carro.Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte.Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo.Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos.Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra.Comi uma pera.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
  • se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
    Exemplos:
    verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
    verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
  • se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
    Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
    verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
    verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e itônicos.

Uso do hífen com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.
*Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.
3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.
* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d'água, pé-d'água.
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos:
Belo Horizonte - belo-horizontino

Porto Alegre - porto-alegrense
Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul
Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte
África do Sul - sul-africano
6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia.
Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio(deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).Uso do hífen com prefixos

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).
Casos gerais
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos:
micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional

3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo

* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:
minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta

Casos particulares
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada porr. Exemplos:
sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, ne vogal. Exemplos:
circum-murado
circum-navegação
pan-americano

3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei

4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia poro ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
cosseno

5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos:
preexistente
preelaborar
reescrever
reedição

6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r. Exemplos:
ad-digital
ad-renal
ob-rogar
ab-rogar

Outros casos do uso do hífen
1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos:
(acordo de) não agressão
(isto é um) quase delito

2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos:
mal-entendido
mal-estar
mal-humorado
mal-limpo

* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.
3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos:
capim-açu
amoré-guaçu
anajá-mirim

4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos:
ponte Rio-Niterói
eixo Rio-São Paulo

5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.

O diretor foi receber os ex-
-alunos.



"O tempo é muito lento para os que esperam. Muito rápido para os que tem medo. Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eterno." William Shakespeare

 

RESUMO DA

REFORMA ORTOGRÁFICA

O que muda no Brasil

No Brasil 0,5% das palavras sofrerão modificações. Estas alterações incidem, nomeadamente, na eliminação dos acentos em terminações "-eia" e "-oo" (ex.: assembleiaideiaeuropeiaenjoovoo, em vez das atuaisassembléiaidéiaeuropéiaenjôovôo, seguindo-se o uso de Portugal); e na completa eliminação do trema (ex.: frequêncialinguiça, em vez das atuais freqüêncialingüiça, tal como é prática em Portugal desde 1945).
Norma atual (br)Acordo ortográfico
lingüiçalinguiça
seqüênciasequência
freqüênciafrequência
qüinqüênioquinquênio
assembléiaassembleia
idéiaideia
européiaeuropeia
abençôoabençoo
enjôoenjoo
vôovoo

O que muda em Portugal e nos restantes países lusófonos

Em Portugal e nos restantes países lusófonos que não o Brasil, as mudanças afectarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do vocabulário total. As alterações mais significativas encontram-se na eliminação das consoantes que não são pronunciadas (ex.: açãodidáticoótimobatismo em vez de acçãodidáctico,óptimobaptismo, seguindo-se o que o Brasil já pratica há décadas).
Norma actual (pt)Acordo ortográfico
acçãoação
didácticodidático
direcçãodireção
eléctricoelétrico
óptimoótimo

O que muda em todos os países

Para além disso, simplificam-se as regras do hífen, suprimem-se alguns acentos (ex.: leemdeempara (do verbo parar), pelo (pilosidade), polo (como em Polo Norte) em vez de dêemlêempárapêlopólo) e, de forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras (ex.:António/Antôniofacto/fatosecção/seção).
Os acentos agudos nas paroxítonas que têm "oi" na sílaba tônica são abolidos, assim: apóio, jóia, heróico, passam a apoio, joia, heroico.
Exemplos de eliminação de hífen:
Norma actualAcordo ortográfico
contra-regracontrarregra
extra-escolarextraescolar
anti-semitaantissemita
anti-religiosoantirreligioso
Exemplos de introdução de hífen:
Norma actualAcordo ortográfico
microondasmicro-ondas
arquiinimigoarqui-inimigo

Exemplo de frases escritas respeitando a norma vigente em Portugal (aamarelo as palavras que sofrerão alterações pela nova norma)As mesmas frases redigidas respeitando a norma vigente no Brasil (a amarelo as palavras que sofrerão alterações pela nova norma)Frases redigidas observando a norma proposta pelo Acordo de 1990 (a amarelo as palavras que terão duas grafias possíveis, ambas válidas)
De facto, o português éactualmente a terceira língua europeia mais falada do mundo.De fato, o português é atualmente a terceira língua européia mais falada do mundo.De facto/fato, o português é atualmente a terceira língua europeia mais falada do mundo.
Não é preciso ser génio para saber que o aspectoeconómico pesa muito naprojecção internacional de qualquer língua.Não é preciso ser gênio para saber que o aspecto econômico pesa muito na projeção internacional de qualquer língua.Não é preciso ser génio/gêniopara saber que o aspeto/aspectoeconómico/econômico pesa muito na projeção internacional de qualquer língua.
Não há nada melhor do que sair sem direcção, rumando para Norte ou para Sul, para passar um fim-de-semanatranquilo em pleno Agosto.Não há nada melhor do que sair sem direção, rumando para norte ou para sul, para passar um fim de semanatranqüilo em pleno agosto.Não há nada melhor do que sair sem direção, rumando para norte ou para sul, para passar um fim de semana tranquilo em pleno agosto.
Dizem que é uma sensação incrível saltar de pára-quedaspela primeira vez em pleno voo.Dizem que é uma sensação incrível saltar de pára-quedas pela primeira vez em pleno vôo.Dizem que é uma sensação incrível saltar de paraquedas pela primeira vez em pleno voo.

Novo alfabeto

Agora as letras "k", "w" e "y" passam a ser oficialmente incorporadas ao alfabeto da língua portuguesa. Os dicionários já registram essas letras; os países africanos possuem muitas palavras escritas com elas. Assim, o alfabeto da língua portuguesa passa a ser formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:
a A (á)n N (ene)
b B (bê)o O (o)
c C (cê)p P (pê)
d D (dê)q Q (quê)
e E (é)r R (erre)
f F (efe)s S (esse)
g G (gê ou guê)t T (tê)
h H (agá)u U (u)
i I (i)v V (vê)
j J (jota)w W (dâblio)
k K (capa ou cá)x X (xis)
l L (ele)y Y (ípsilon/ípslon)
m M (eme)z Z (zê)



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